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Livro Impresso

Depois que o diabo foi embora
e outros contos violentos e vulgares



Antunes, Wander (Autor), (Editor), Hernandez, André (Projeto gráfico)

prosa, contos, diabo, matadores de aluguel, suspense, policial, triller


Sinopse

Quem publicou este livro não tem amor ao próximo. O escritor ameaçou cegar um pastor e foi proibido de entrar em igrejas. No ano passado foi processado pelo Deputado Maciel e tem mania de perseguir lojistas. Um vizinho denunciou que viu o autor conversando com um morto. Quem lê este livro, começa a repetir frases.
O autor não é afetado, nem conhece a palavra blasé, isso prova que não é escritor de ofício. Sua mãe confirmou que ele tem problema com mulher gorda, e desde pequeno, tem mania de encarar o sapato das pessoas. Os contos são bons, mas nos forçam a falar com nós mesmos. Depois da fraca venda dessa edição, o autor foi gravado xingando as pessoas de canalhas e dizendo que nunca, nunca terá uma filha. Um leitor foi capturado na madrugada deixando dinheiro escapar de suas mãos. Quem lê este livro, começa a repetir frases.
Esse livro toma sua mocidade, foi escrito com muito café, em cada palavra só a certeza de não querer te vender nada além de tudo que está escrito. Estes contos te fazem sentir culpado, por uma assassinato que não cometeu, desista enquanto é tempo. Quem lê este livro, começa a repetir frases.

A estreia como contista de Wander Antunes, autor de Zózimo Barbosa – cujos quadrinhos foram adaptados na série Cidade Proibida –, é de deixar a certeza de que finalmente algo muito interessante está surgindo na literatura brasileira nesse começo de século. E o que se lê nas páginas a seguir de causar múltiplas sensações no leitor. Primeiro, de perturbação e de taquicardia, pela abordagem temática escolhida por ele. Numa sequência interminável, quase descontrolada, de extrema violência, ele passeia com impressionante desenvoltura narrativa entre a vida e a morte. Em todas as histórias, alguém vai morrer e alguém vai viver.
Mas isso pouco importa. Na melhor tradição entre o realismo fantástico latino-americano, o cordel secular nordestino e as baladas de Zé Ramalho com a desolação tórrida, quase australiana, do Mato Grosso – estado onde esse goiano passou a maior parte de sua vida e conheceu de perto as mazelas de um mundo esquecido por Deus –, sua prosa é tão impactante quanto atravessar o sertão nordestino sem uma gota de água na moringa. E, assim, ele faz uma estreia grandiosa, que promete abrir uma vaga para si no melhor que há na ficção brasileira.

Metadado adicionado por Noir em 18/09/2018

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Metadados adicionados: 18/09/2018
Última alteração: 18/09/2018

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