Precisa de ajuda?

+ 55 11 99384-2442
[email protected]

Livro Impresso

Fazer sofrer
imagens do homem e da sociedade no direito penal



Alagia, Alejandro (Autor)

Criminologia


Sinopse

Encontrar na institucionalização do genocídio a matéria de que são feitos o castigo retributivo e toda a pena é uma verdadeira surpressa, ainda mais perturbadora quando deixa ver traços de uma violência sagrada. A natureza punitiva do genocídio tem facilidade para se livrar da observação. Leis de impunidade e apagamento da memória colaboram no trabalho de invisibilização. Este parece ter sido o preço que a sociedade paga por fazer do massacre estatal um delito do direito internacional. Fato fundacional que declara que os maiores perigos para a população têm origem no poder punitivo, enquanto os juristas continuam apegados à ideia de que a pena ilegítima não é pena.
Os traços sacrificiais presentes no massacre estatal não são menos evidentes do que na penalidade em geral. O clarão que essa forma extrema de poder produz retira a pena pública da opacidade para mostrá-la como solução sacrificial. O livro que vocês têm em mãos se propõe a descrever um modo em que homens e mulheres se relacionam com um tipo muito particular de sofrimento, distinto de qualquer outro. É o resultado da experiência no laboratório social que o genocídio produz. A hipótese é a seguinte: não é improvável que o tratamento punitivo organizado seja herança da solução sacrificial do mundo selvagem e que foi convertido pelo homem civilizado em modo de vida.

Metadado adicionado por Editora Revan em 04/04/2018

Encontrou alguma informação errada?

ISBN relacionados

--


Metadados adicionados: 04/04/2018
Última alteração: 04/04/2018

Sumário

SUMÁRIOAgradecimentosIntrodução 1. O mito da pena inevitável1.1. O direito penal argentino moderno1.2. A filosofia política clássica1.3. Por que a antropologia política? 2. Sacrifício e pena2.1. Intuições precursoras2.2. O encontro com os selvagens2.3. Paixão desenfreada ou instituição social?2.4. Benefício e ambivalência 3. A filosofia da violência3.1. A agressão mimética3.2. Sacrificar3.3. Esquecer a origem3.4. Vendetta interminável? 4. A servidão punitiva4.1. Sociedade contra Estado4.2. O começo do fim: os paniagudos4.3. Acordo e castigo4.4. Pena pública e divisão social4.5. O fracasso do anti-Hobbes selvagem4.6. A guerra 5. A vulnerabilidade sacrificial5.1. Aviso de incêndio5.2. Marx e o castigo5.3. A expropriação do conflito 6. Fazer sofrer6.1. Vingança ou poder punitivo na sociedade feudal?6.2. As primeiras leis sacrificiais6.3. A escravidão é pena?6.4. A razão moderna do tratamento sacrificial 7. A satisfação na lei7.1. “Menos penas porque nós já nos punimos sozinhos”7.2. Homo sacer 8. O massacre primordial8.1. História e etnologia8.2. O sacrifício constituidor8.3. Destruir para reafirmar a sociedade 9. Fantasmas genocidas9.1. Irracionalidade selvagem, irracionalidade criminosa9.2. O caso argentino (1976-1983)9.3. Normas penais de extermínio9.4. Delito e pena no massacre estatal9.5. A reclusão sacrificial 10. O castigo e seus destinos10.1. O retorno da retribuição10.2. A prevenção geral negativa10.3. A prevenção geral positiva10.4. A prevenção especial positiva10.5. A prevenção especial negativa10.6. O espírito do direito penal10.7. O inimigo absoluto ou o direito penal do autor10.8. A fusão punitiva10.9. A reação abolicionista 11. O gozo punitivo11.1. Na retribuição e na prevenção geral positiva11.2. Ideologia penal: a parte pelo todo11.3. Os apegos patológicos à autoridade11.4. O amor ao castigo11.5. O limite da razão ConclusõesReferências Biliográficas



Para acessar as informações desta seção, Faça o login.